A busca inconsciente pelos pais

Os pais são pessoas extremamente importantes na vida de qualquer ser humano, não importa o que aconteceu, é essencial que eles sejam aceitos e reconhecidos pela sua relevância. Quando isso não acontece, o filho adulto pode ficar procurando os pais em outras relações, sejam elas pessoais ou até profissionais.

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Num primeiro momento isso pode parecer loucura. Tudo bem eu até concordo, mas antes de você descartar esse conteúdo apenas me dê a oportunidade de explicar sobre os emaranhamentos, ou seja, os conflitos por trás dessa busca inconsciente pelos pais.

A grande maioria dos conflitos do adulto, nasceram na infância. Cada fase da criança ela precisa de alguns cuidados específicos para se desenvolver, se isso não acontecer ou não acontecer como a criança idealizou já começam os emaranhamentos. E o mais interessante de entender é que não necessariamente os pais foram ruins, ausentes ou negligentes, essas situações podem ter acontecido também com pais amorosos, presente e dedicados. Pelo simples fato de que as expectativas da criança não foram atendidas.

A grande questão para entender isso é saber que os conflitos infantis nascem da perspectiva da criança. Logo para resolver é preciso entender o que a criança esperava e como ela foi acolhida, para compreender a origem do problema. A partir dessa compreensão é possível ressignificar para que aja a libertação do passado. Se isso não acontece o futuro vira repetição e o adulto “anda em círculos”, repetindo muitos padrões até realmente compreender e aceitar a sua história, ou melhor os seus pais.

Os excessos do adulto podem representar a busca inconsciente pelo seus pais: excesso de controle, de consumo, de busca pelo prazer, de álcool, de drogas, de comida… não importa qual, por trás do excesso tem uma grande falta.

As vezes ‘essa falta’ começa de uma forma aparentemente inofensiva. Por exemplo, imagine um bebê de 5 meses que chora no berço porque está com fome. A mãe por sua vez, está no telefone com a sua irmã que brigou com o namorado e está inconsolável. Por isso a mãe demora um pouco para atender a necessidade do filho. Assim inicia a criação da ferida do abandono, registrando na mente infantil que as suas necessidades não são atendidas. Ao longo da sua infância muitas outras situações similares irão se repetir, reforçando essa ferida. Na fase adulta essa ferida se manifestará com comportamentos que envolvem o ciúme, a dependência, a carência, a depressão, o excesso de insatisfação, vícios de todo o tipo, entre muitas outras possibilidades. Ou seja, a criança que se sentiu abandonada na infância se torna um adulto que busca inconsciente a mãe. Como via de regra o adulto precisa seguir a vida, ele não pode estar sempre recorrendo a mãe, por isso ele busca em outras pessoas. Tudo isso acontece de forma muito inconsciente e o adulto não consegue entender os seus conflitos.

A superação das batalhas íntimas acontece quando o adulto assume o seu papel e assim a sua responsabilidade como tal. Começando o processo de ressignificação de sua história, procurando entender que os seus pais fizeram o que sabiam e podiam naquela época, e que, ao seu próprio tempo eles também foram crianças e muito provavelmente, sentiram as mesmas faltas que geraram no filho. O que significa dizer que o pai ou a mãe que tem a ferida do abandono e não cura ela, desperta a mesma ferida no seu filho. O que não é resolvido é repetido até que esse padrão seja entendido. Passando assim as mesmas feridas emocionais de geração em geração.

O processo de cura interior requer muita maturidade, somente um adulto que assume a responsabilidade pelos seus atos é capaz de iniciar um processo assim. Ele pode parecer difícil, por vezes doloroso, mas é libertador romper com os padrões nocivos do sistema familiar, e assim reconstruir uma história com mais leveza e aceitação, o que significa ainda, que para as próximas gerações ficará mais fácil.

Se quiser saber mais sobre os emaranhamentos sistêmicos acesse o site: www.anamacielterapeuta.com

Ana Maciel

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