Que eu jamais esqueça das minhas origens, que eu sempre possa compreender que os meus maiores erros, foram também os meus maiores professores. Que eu não esqueça que vim do pó, do nada, do instinto mais animalesco. Que eu sempre aceite o meu caminho, e ele pode melhorar constantemente, com a humildade de reconhecer o meu trajeto.

Eu sou a junção de todas as minhas versões anteriores e tenho todos os recursos que preciso dentro de mim. A evolução acontece quando eu deixo de negar quem eu fui e tudo o que eu vivi, e apenas sigo com a leveza de levar no meu coração a minha história, a qual se transforma em aprendizado quando eu deixo de reprimir ela e olho com esse olhar de aprendiz, de eterna aprendiz que sou.

Quem eu sou hoje foi construída e forjada a “ferro e fogo” ao logo do meu trajeto. Não que precisaria ser assim, mas as minhas resistências e rebeldias de achar que sabia muito tornaram tudo mais difícil. Não era preciso ter sofrimento ou sacrifício, eles foram apenas consequências dos meus atos, da infinidade de negação e resistência que eu carregava dentro de mim, assim eu perdi o fluxo natural da vida. O que poderia ser algo simples e leve, tornou um martírio me fazendo sangrar muito.

A consciência que eu tenho hoje foi conquistada com todas essas histórias, as minhas histórias. Eu precisei ir atrás de cada entendimento e de cada cura que eu conquistei. Meus “professores” foram cruéis, mas foram os melhores. Era o que eu precisava naquele momento. Graças a tudo isso hoje eu entendo e acredito que o processo pode ser leve, fácil e amoroso, foi uma consciência adquirida. Por isso eu reverencio cada etapa do meu lindo processo, a cada momento em que eu aprendi e aos meus “professores” que me ensinaram a olhar para todas as minhas partes, eu gostando disso ou não.

Hoje eu consigo compreender que tudo precisava ser como foi. A cada etapa eu me torno mais auto perceptiva, conseguindo assim entender de forma cada vez mais rápida cada um dos meus processos, e a cada ensinamento que a vida amorosamente me traz.

Sou profundamente grata por estar aqui, exatamente onde estou e ao lado de cada pessoa que está junto comigo neste caminho chamado de vida. Sou grata por ter desenvolvido a partir de tudo isso a perspicácia, e a ter aprendido o poder da observação, mas principalmente o poder da auto-observação. Sempre com a consciência de policiar os meus pensamentos para não haver o julgamento.

Eu sou o início da imensidão. O que eu fiz até agora não é nem a gota do oceano de possibilidades que se abre diante de mim. Eu sou feita de luz e sombra, e potencializo a minha luz todas as vezes que acolho as minhas sombras com amorosidade. Aquelas que neguei por boa parte da minha existência e que tornou o meu caminho bem mais desafiador em virtude dessa negação.

Eu solto as minhas amarras, abaixo todas as barreiras e me permito vivenciar a missão que vim executar aqui. A qual, fui eu mesma num momento de extrema expansão de consciência que planejei. Aqui estou, pronta para seguir.

Ana Maciel